Ao contrário do que muitos imaginam, tornar-se um piloto da aviação comercial de grande porte pode não ser tão fácil assim. São anos de estudos e treinamentos, horas de voo e muito dinheiro investido até a tão esperada contratação.
Mas aí começam o treinamento na companhia aérea, simuladores, reuniões, mais estudos, a distância da família e dos amigos, a falta de rotina, poucas horas de sono, enfim, quando a alta pressão e as responsabilidades inerentes à profissão pesam sobre as costas dos pilotos, eis que surge mais uma questão da qual não se pode escapar: o teste de proficiência de Inglês, popularmente conhecido como teste de Inglês ICAO.
No Brasil o nome do teste é "Santos Dumont English Acessment Test" - uma apropriada homenagem ao importante aviador Santos Dumont. Para entender um pouquinho melhor a estrutura do teste, ele é dividido em 4 partes. A duração do teste completo é de cerca de 35 minutos. Várias habilidades do candidato são testadas, principalmente as habilidades de falar e ouvir em inglês. No teste o candidato não escreve. As notas são de 1 até 6, sendo que a partir do nível 4 (operacional) o candidato é aprovado. A validade do teste também se refere aos respectivos níveis, com nível 4 o candidato deve refazer o teste a cada 3 anos, o nível 5 a cada 5 anos e com o tão almejado nível 6 não há mais a necessidade de revalidar.
O candidato tem 2 opções de locais a fim de fazer o teste: na própria ANAC ou em escolas credenciadas. No entanto, escolher o local ideal não se trata apenas de simples opção, uma vez que as vantagens e desvantagens podem ser muitas. Começando pelo valor do teste que tende a ser 3 vezes mais caro das escolas do que na ANAC. Por outro lado, para o candidato que decide fazer o teste nas escolas credenciadas, uma enorme vantagem é a disponibilidade de mais locais espalhados pelo país e a relativa facilidade e rapidez no agendamento. Simples assim? De maneira alguma, pois a parte mais importante e que pode tirar o sono de muitos candidatos vem a seguir: A preparação para o teste!
A respeito da preparação para o teste as perguntas são muitas e as respostas nem sempre fáceis de serem encontradas. Os candidatos se deparam com a necessidade de escolher uma escola e aí começam as dificuldades. Segundo o professor de Inglês para Aviação, André Figundio, no Brasil ainda é bastante limitada a oferta de escolas realmente especializadas em Inglês para Aviação e a dificuldade pode ser ainda maior na hora de encontrar um profissional realmente capacitado que tenha domínio não só do conteúdo, mas também das questões pedagógicas relativas ao exame. Segundo o professor: “Há muitas escolas que encontram no negócio de Inglês para Aviação um nicho de mercado o qual oferece um potencial aumento de ganho financeiro, mas muitas escolas se esquecem de investir em uma estrutura pedagógica adequada pra isso e, principalmente, investir na capacitação de professores.” Segundo o professor, “O aluno precisa ter cuidado para não adquirir gato por lebre!”
A fim de encontrar uma boa escola de Inglês para Aviação no Brasil, uma dica que não costuma falhar é entrar em contato com alunos que já fizeram o curso na escola em questão e pedir um feedback sobre a escola e sobre o curso. Como atualmente muitas escolas possuem perfil no Facebook, uma dica é curtir a página e entrar em contato com os alunos e ex-alunos.
Outra questão importante é a respeito de quanto tempo antes do exame o candidato deve iniciar os estudos e a preparação. Segundo a professora de Inglês para Aviação, Sophie Jonhstone, “O ideal é que o aluno inicie o curso de Inglês o mais cedo possível e mantenha uma regularidade de pelo menos 1 hora por semana, independentemente de quando fará o exame.” No entanto, essa não é a realidade da maioria dos pilotos, pois muitos só procuram uma escola ou um professor pouco antes de fazer o exame muitas vezes pressionados pela companhia aérea ou porque a validade do exame feito anteriormente está prestes a expirar. Ainda segundo a professora, “Nestes casos o tempo pode ser um problema, pois pode ser bastante difícil para muitos pilotos conciliarem a rotina do trabalho com as horas de estudo necessárias a fim de garantir uma preparação suficiente para conseguir passar no exame.”
Outro fator importante é o deslocamento e a estadia do aluno durante o tempo de curso, pois como foi mencionado anteriormente, ainda há poucas opções de escolas de Aviação no país e a maioria das escolas está localizada nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, dentre outras. Em muitas escolas há a opção de fazer aulas à distância e online (por Skype, por exemplo), no entanto, segundo o professor André Figundio, “Por mais tecnologia que exista atualmente, nada substitui a interação presencial entre professor e aluno, afinal de contas o processo de capacitação do aluno não se trata apenas de passar conteúdo, mas sim de estabelecer um vínculo e passar confiança ao aluno.”
Uma característica da aula de Inglês para Aviação é ser individual. Isto acontece pelo fato de que cada piloto possui uma grade de horário de voos diferente e, dessa maneira, fica praticamente impossível para a escola conseguir reunir um grupo de alunos em dias e horários pré-estabelecidos. Esse fator faz com que o custo das aulas seja mais elevado, pois são consideradas aulas VIPs. No entanto, a relação custo-benefício pode valer a pena. Segundo o professor André Figundio: “A vantagem da aula individual é que o conteúdo do curso pode e deve ser preparado de forma personalizada, isto é, as características individuais e dificuldades de cada aluno são levadas em conta e o conteúdo do curso, incluindo a quantidade mínima de horas necessárias, é preparado e oferecido de forma individual. Essa é uma das características que uma boa escola de Aviação deve ter.”
Outra dúvida de muitos pilotos é se dá para se preparar para o teste estudando por conta própria utilizando livros disponíveis no mercado e a vasta opção de material na Internet. Sobre essa questão o professor André Figundio explica: “Em muitos casos sim, é possível estudar por conta própria, mas desde que o aluno tenha uma rotina de estudo e, sobretudo, tenha tempo para se dedicar aos estudos. Além disso, é preciso que o aluno já tenha certo nível de proficiência no Inglês. De fato a variedade de material disponível na Internet é muito grande, mas isto pode ser um problema também, pois na hora de escolher o material para o estudo o candidato pode ficar perdido em meio a tantas opções e acabar gastando seu precioso tempo estudando algo que aparentemente seja atraente, mas que no fundo não tem a capacidade de potencializar seu conhecimento e prepará-lo efetivamente para o teste.” Ainda segundo o professor: “O perfil do aluno mudou muito. Antigamente o aluno adquiria um curso com um conteúdo pré-estabelecido, no entanto, na Aviação e principalmente para a preparação para o teste, isto não funciona, pois atualmente o aluno procura mais do que um curso, procura uma consultoria pedagógica que, é claro, inclui o curso propriamente dito, mas também inclui dicas de como passar no exame, técnicas de estudo, sugestões de material, correções pontuais, acompanhamento e feedback pedagógicos e, principalmente, a realização de simulados antes do teste. Estes são diferenciais que uma boa escola de Aviação deve oferecer”.
Muitos alunos iniciam o curso com um alto nível de ansiedade e frustração, achando que é quase impossível passar no teste. A professora Sophie Johnstone explica: “Nosso trabalho como professores é diminuir esse nível de ansiedade e mostrar ao aluno que com um planejamento pedagógico apropriado e constante feedback, é perfeitamente possível passar no exame e, ao contrário do que possa parecer, o teste não é um bicho de 7 cabeças. É preciso que o aluno tenha uma participação ativa no processo da aprendizagem se prontificando a fazer as atividades propostas e que tenha consciência de que terá que dedicar tempo não apenas às aulas presenciais, mas também na realização de tarefas dadas como lições de casa. É claro que como profissionais jamais podemos garantir a um aluno que ele irá passar no teste, no entanto podemos apontar seu desenvolvimento e mostrar que está no caminho certo.”
Uma vez escolhida a escola ou um professor particular e estabelecido um plano pedagógico personalizado a dica é estudar e se dedicar o máximo possível. No dia do exame a dica é estar descansado, bem alimentado e tentar relaxar. Durante o exame é colocar pra fora o que estudou e lembrar-se das dicas dadas pelos professores. Outra coisa importante é interagir com o examinador sem medo e jamais responder sem ter entendido plenamente a questão.
Se o resultado for desfavorável, a opção é tentar novamente lembrando que tudo o que foi aprendido não foi perdido. Se o resultado for um nível 4 ou superior, é hora de comemorar e lembrar que da próxima vez o processo pode ser muito mais fácil e que, para isto, basta continuar estudando!
Caso tenha alguma dúvida e queira entrar em contato com os professores, segue os contatos:
Prof. Andre Figundio
Prof. André Luiz Figundio Silveira
Facebook / Orkut: André Figundio
Agora acho que qualquer voo internacional, deveriam é saberem o idioma para o destino.
ResponderExcluirCerta vezes levam muito a sério isso de inglês na aviação. Não que seja tão importante, o que não é mesmo...
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